Alagamentos e inundações em Anápolis. De quem é a culpa?

As fortes chuvas que cairam sobre o município de Anápolis, nesta madrugada, trouxeram sérios problemas à população. Muito pontos de alagamento.

Trechos da Avenida Brasil, Centro ...

 Congestionamento de veículos

Choveu nesta madrugada o equivalente a um dia consecutivo de chuva.

Avenida Ana Jacinto, perpendicular a Avenida Brasil ...

Verifiquem o local do bueiro, onde deveria haver escoamento das águas pluviais. Todos os anos as cenas se repetem, carros atolados, moradores isolados, muita reclamação por parte da população com relação aos serviços de infraestrutura.

Porém a mesma população atingida pelas chuvas, que cobra dos serviços municipais, dá diariamente a sua parcela de contribuição, para tais calamidades. O exemplo do descaso é visto ao passarmos pelas áreas atingidas e constatar a quantidade de lixo depositado a esmo.

Novamente outro flagrante, as galerias pluviais completamente tomadas por lixo, desta vez foi a Avenida Dona Elvira, na Vila Santa Maria de Nazaré. As águas torrenciais, invadiram casas, levando consigo um amontoado de tranqueiras.

O lado esquerdo da avenida, no sentido Bairro Alvorada, foi o mais prejudicado.

Este morador, mostra a placa de proteção que colocou em sua garagem, para garantir que as águas não invadissem sua casa.

Nesta casa a água chegou a atingir mais de 70cm, fato este que levou os moradores a terem um grande susto. Um bebê de dois meses, foi levado de sua cama, pela força das águas, mas como a mão de Deus, sempre está presente, o pai do menino, conseguir emergir a criança e retirá-la do local com vida.

O portão desta outra residência, foi totalmente destruído pela correnteza, que arrastava tudo que estava pela frente.

Máquinas e funcionários da Prefeitura Municipal estavam no local, para garantir a segurança dos moradores.

Veículo conhecido popularmente como "Chupa Cabra", desobstruia através de sucção a passagem para os veículos.

Equipes do SAMU, dando apoio técnico.

O Secretário Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, Luiz Henrique Fonseca Ribeiro, acompanhava pessoalmente os trabalhos de limpeza e retirada de entulhos.

A Companhia Municipal de Trânsito e Transporte, CMTT, deu apoio no sentido de orientar os motoristas desavisados da obstrução da via.

A remoção dos entulhos estava a cargo também da "Delta Construtora", empresa responsável pela coleta de lixo do município.

E agora de quem é a culpa?

Comumente ouve se a população dizer que é culpa da Prefeitura. Pessoas cobram do poder público, providências, para que tragédias como esta, não aconteçam mais.

Se vocês observarem bem nas fotos acima, vão perceber a quantidade de lixo arrastado e trazido pelas enxurradas. A coleta do lixo urbano é feita periodicamente, com dias e horários pré-fixados. Por que a população principalmente de áreas de risco como esta, ainda insiste em depositar lixo em qualquer lugar? Será uma forte questão de cultura rural? Bem próximo a este local passa um córrego, é visível a quantidade de entulhos depositados pela comunidade local. Nesta madrugada, eles receberam de volta tudo e mais um pouco daquilo que foi ignorado pelos moradores. ao andar pela avenida, notei que em algumas casas funcionários da Prefeitura, retiravam lama misturada com lixo de dentro das casas. É provável, que muitos não mereciam pagar por este castigo, talvez nem tenham contribuído para o acúmulo de lixo dentro dos bueiros, sim porque este foi o fato principalmente para a inundação. A galeria onde deveria passar a água da chuva estava com a grade obstruída por lixo. Francamente, o governo federal através do Ministério das Cidades, divulga propagandas, na maioria das vezes em horário nobre da televisão, alertando para os danos causados por ações como esta. O horário nobre é o horário da programação de maior audiência. Hoje por mais simples que seja uma habitação, há um aparelho de TV e um Mini Sistem. Que tamanho tem o descaso da população em ver circular pelos telejornais, tragédias como esta. Onde está a omissão? Será que o poder público só tem este tipo de serviço para fazer? podendo assim efetuar a limpeza das galerias todos os dias? Se isto se tornar possível, como ficará o restante dos atendimentos a que o mesmo poder se propõe?
Foi chocante registrar estas imagens e ouvir das pessoas atingidas, o lamento de tanto prejuízo. Mas, temos a solução, podemos equacionar este problema dividindo entre o poder público e a comunidade a responsabilidade de manter o caminho das águas livres. Isto não custará nada para o bolso do contribuinte, pois a empresa responsável pela limpeza urbana, já recebe para este serviço. é preciso sim que cada um assuma a vigilância destas áreas e ajude o poder público a desenvolver o seu papel.
Somente através do despertar da necessidade de promover a Educação Ambiental, é que cenas como estas, não se repitam.
Depende de mim, depende de você, depende de todos nós, o poder da transformação da mudança de postura e mais respeito com o Meio Ambiente. Assim todos temos a lucrar.

Imagens e Texto: Professora Eucárice Cabó