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sábado, 20 de março de 2010

Morte de celebridades alerta para uso abusivo de medicamentos no Brasil

Dependente de remédios, ator Corey Haim morreu na semana passada. 
Uso de calmante entre jovens no Brasil supera o de maconha, diz entidade.

A exemplo dos Estados Unidos, onde tem sido frequente a morte de celebridades devido ao uso abusivo de medicamentos, a banalização do consumo de remédios já é um "problema grave" de saúde pública no Brasil, segundo autoridades do governo e médicos ouvidos pela reportagem doG1
Corey Haim, o eterno rostinho juvenil de "Os garotos perdidos", morreu subitamente na semana passada aos 38 anos em circunstâncias que ainda não foram completamente esclarecidas. O ator estava com 38 anos e já havia declarado vício em calmantes à base de substâncias como o diazepam. O astro da música pop Michael Jackson e o ator Heath Ledger também são vítimas recentes desse tipo de dependência, que não é exclusividade de celebridades norte-americanas. 
Em todo o mundo, o uso abusivo de remédios já supera o consumo somado de heroína, cocaína e ecstasy, de acordo com relatório do Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). Só nos Estados Unidos, havia em 2008 6,2 milhões de pessoas dependentes de remédios - cerca de 2% da população norte-americana.

Segundo o médico Elisaldo Carlini, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid), no Brasil o uso de calmantes entre estudantes supera o da maconha.

"Desde 1987, fazemos levantamento do consumo ilícito de drogas entre estudantes. No último que fizemos, aparecem primeiro o álcool e tabaco. Depois, vêm os inalantes, como cola de sapateiro e fluído de isqueiro, os benzodiazepínicos (calmantes), e depois maconha e anfetaminas (inibidores de apetite)", afirma.
O coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Godinho Delgado, classifica a situação como um desafio para as autoridades de saúde.

"É um problema grave no Brasil. (...) Acho importante abordar essa situação porque, para a saúde pública, as drogas ilegais, legais e prescritas podem apresentar danos comparáveis. Nós sabemos que, de todas as drogas, as mais danosas são duas legais, o álcool e o tabaco. E, entre as que não são ilegais, existe ainda o problema dos medicamentos que podem causar dependência."

De acordo com médicos consultados pelo G1 são três as principais classes de remédios que podem causar dependência: benzodiazepínicos (calmantes), anfetaminas (inibidores de apetite) e opióides (analgésicos).
Pedro Gabriel Godinho Delgado destaca que o grupo dos calmantes é o que mais preocupa a saúde pública atualmente. Um levantamento domiciliar de âmbito nacional sobre o uso de drogas psicotrópicas mostrou que, em 2002, 3,3% dos entrevistados já haviam consumido calmantes pelo menos uma vez na vida. No levantamento seguinte, em 2005, passou para 5,6% do total de entrevistados (7.939 pessoas nas 108 maiores cidades do país). O aumento foi de 70%.

"O aumento do consumo se deve a dois fatores, um bom e um ruim. Tem a questão da ampliação do acesso ao tratamento, o que mostra que mais pessoas estão tendo acesso ao uso racional. E o ruim é que muito provavelmente esse aumento tão significativo se deveu ao uso não racional, ao uso nocivo", afirmou o coordenador geral da área de saúde mental do governo.

Um novo levantamento deve ser concluído até o começo do próximo semestre. "A nossa estimativa é de que ainda estamos em fase de crescimento desse consumo", disse Delgado. 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Uso de plantas medicinais da tradição popular é regulamentado

Os benefícios das chamadas “drogas vegetais” passam de geração em geração. Quase todo mundo já ouviu falar de alguma planta, folha, casca, raiz ou flor que ajuda a aliviar os sintomas de um resfriado ou mal-estar. Unindo ciência e tradição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer popularizar esse conhecimento, esclarecendo quando e como as drogas vegetais devem ser usadas para se alcançar efeitos benéficos. A medida faz parte da RDC 10, publicada nesta quarta-feira (10).


“O alho é um famoso expectorante e muita gente tem o hábito de usá-lo com água fervente. No entanto, para aproveitar melhor as propriedades terapêuticas, o ideal é deixá-lo macerar, ou seja, descansar em água à temperatura ambiente”, explica a coordenadora de fitoterápicos da Anvisa, Ana Cecília Carvalho.

Inaladas, ingeridas, usadas em gargarejos ou em banhos de assento, as drogas vegetais têm formas específicas de uso e a ação terapêutica é totalmente influenciada pela forma de preparo. Algumas possuem substâncias que se degradam em altas temperaturas e por isso devem ser maceradas. Já as cascas, raízes, caules, sementes e alguns tipos de folhas devem ser preparados em água quente. Frutos, flores e grande parte das folhas devem ser preparadas por meio de infusão, caso em que se joga água fervente sobre o produto, tampando e aguardando um tempo determinado para a ingestão.

- Confira aqui a forma correta de preparo em cada caso

Outra novidade da resolução diz respeito à segurança: a partir de agora as empresas vão precisar notificar (informar) à Agência sobre a fabricação, importação e comercialização dessas drogas vegetais no mínimo de cinco em cinco anos. Os produtos também vão passar por testes que garantam que eles estão livres de microrganismos como bactérias e sujidades, além da qualidade e da identidade.

Além disso, os locais de produção deverão cumprir as Boas Práticas de Fabricação, para evitar que ocorra, por exemplo, contaminação durante o processo que vai da coleta, na natureza, até a embalagem para venda. As embalagens dos produtos deverão conter, dentre outras informações, o nome, CNPJ e endereço do fabricante, número do lote, datas de fabricação e validade, alegações terapêuticas comprovadas com base no uso tradicional, precauções e contra indicações de uso, além de advertências específicas para cada caso.

Drogas vegetais e fitoterápicos

As drogas vegetais não podem ser confundidas com os medicamentos fitoterápicos. Ambos são obtidos de plantas medicinais, porém elaborados de forma diferenciada. Enquanto as drogas vegetais são constituídas da planta seca, inteira ou rasurada (partida em pedaços menores) utilizadas na preparação dos populares “chás”, os medicamentos fitoterápicos são produtos tecnicamente mais elaborados, apresentados na forma final de uso (comprimidos, cápsulas e xaropes).
Todas as drogas vegetais aprovadas na norma são para o alívio de sintomas de doenças de baixa gravidade, porém, devem ser rigorosamente seguidos os cuidados apresentados na embalagem desses produtos, de modo que o uso seja correto e não leve a problemas de saúde, como reações adversas ou mesmo toxicidade.


Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/

sexta-feira, 12 de março de 2010

HORTA PAIS II

HORTA PAIS I

Modelo de casa populares e ecológicas

20.10.2008 por marabain
 Leiam e vejam que bacana este projeto desenvolviedo pela UFRGS. O mais legal de tudo é o interesse e a crescente importância  que a própria pesquisa e seus pesquisadores dão a este assunto; enquanto que o mais chato é a falta de interesse de se fazer um projeto de casas populares com esta tecnologia.
A grande questão que talvez possa surgir é a respeito dos encargos desta tecnologia e sua aplicação em casas populares. Ao meu ver o custo benefício deste tipo de obra por si só já traduz todo seu empenho em preservação e qualidade de vida  da grande massa populacional.
Mais uma vez deixo aqui o artigo para vocês lerem, refletirem e tirarem suas próprias conclusões.
Namâste

Modelo de casa ecológica é aplicado em habitações populares

Projeto é desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

 
André Crespani | andre.crespani@rbsonline.com.brO Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (Norie) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolve um projeto de moradias ecológicas – as chamadas casas sustentáveis. O portal de Ambiente do clicRBS conversou com o coordenador do projeto, engenheiro Miguel Aloysio Sattler. Ele explicou um pouco da história do projeto, iniciado com a Casa Alvorada. Sattler conta que o protótipo, localizado no campus da universidade, serve de modelo para a construção de habitações populares.
As moradias populares desenvolvidas sob os preceitos da casa sustentável são, de acordo com Sattler, maiores e mais confortáveis do que as habitações populares comuns. Ele conta que uma experiência efetiva com casas populares sustentáveis foi feita em Nova Hartz, no Rio Grande do Sul.
Segundo o coordenador do projeto, uma residência sustentável tem preocupação com a questão ambiental desde a aquisição dos materiais até a execução da obra. Além disso, a casa sustentável precisa aproveitar as características naturais do local onde é construída. Por isso, conforme Sattler, é mais fácil pensar uma construção sustentável antes de sua edificação do que tentar adaptar um prédio já existente.

Veja no vídeo abaixo a entrevista com o engenheiro Miguel Aloysio Sattler, do Norie-UFRGS
http://www.clicrbs.com.br/especiais/jsp/default.jsp?template=2095.dwt&newsID=a2234948.htm&tab=00052&order=datepublished&espid=21&section=Not%EDcias&subTab=04400

Construção sustentável II

Tendências da Construção Sustentável
A Construção Sustentável é uma síntese das escolas, filosofias e abordagens que associam o edificar e o habitar à preocupação com preservação do meio ambiente e saúde dos seres vivos. Para ela convergem tendências como: arquitetura ecológica, arquitetura antroposófica, arquitetura orgânica, arquitetura bioclimática, bioconstrução, ecobioconstrução, domobiótica, arquitetura sustentável, construção ecológica, construção e arquitetura alternativas, earth-ship (navio terrestre/construção com resíduos), arquitetura biológica e permacultura. É importante, no entanto, frisar que a Construção Sustentável não é um método exclusivo de engenheiros e construtores, assim como a arquitetura ecológica não é restrita aos arquitetos.

Na verdade, a Construção Sustentável reúne aspectos e disciplinas do conhecimento humano que deveriam ser considerados e aplicados antes mesmo de se projetar uma obra. A Construção Sustentável reúne conhecimentos de arquitetura, engenharia, paisagismo, saneamento, química, eletrônica, mas também de antropologia, medicina, sociologia, psicologia, filosofia e espiritualidade. Uma Casa Sustentável é um microcosmo, representando em pequena escala as relações entre o ser e o seu meio. Ela deve ser uma extensão do próprio planeta Terra. O morador ou usuário da edificação deve considerar seu imóvel como uma referência clara de seu bem-estar. Não se deve esquecer que mais de 2/3 do tempo de vida humana é passado dentro de algum tipo de construção. Seja trabalhando, dormindo, em lazer, em atividades religiosas etc.

Trabalhar para que um imóvel seja sustentável (e não ecológico, como erroneamente se fala) é de fundamental importância para a saúde do indivíduo e do planeta. A verdadeira Construção Sustentável o é não apenas porque não esgota os recursos empregados para sua edificação e uso, mas também porque sustenta aqueles que a habitam. Ela é base para suas realizações, segurança, alegria e felicidade. Essa visão deveria permear qualquer projeto ou idéia de construção sustentável ou habitação sustentável.
Tipos de Construção Sustentável
Os principais tipos de Construção Sustentável resumem-se, praticamente, a dois modelos: a) construções coordenadas por profissionais da área e com o uso de ecomateriais e tecnologias sustentáveis modernos, fabricados em escala, dentro das normas e padrões vigentes para o mercado; e b) sistemas de autoconstrução (que incluem diversas linhas e diretrizes), que podem ou não ser coordenados por profissionais (e por isso são chamados de autoconstrução). Incluem grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas pontuais (para cada caso).

- Construídas com materiais sustentáveis industriais - Construções edificadas com ecoprodutos fabricados industrialmente, adquiridos prontos, com tecnologia em escala, atendendo a normas, legislação e demanda do mercado. É a mais viável para áreas de grande concentração urbana, porque se inserem dentro do modelo sócio-econômico vigente e porque o consumidor/cliente tem garantias claras, desde o início, do tipo de obra que estará recebendo. Raras vezes quem opta por este tipo de construção - clientes de médio e alto padrão- utiliza soluções artesanais ou caseiras.

- Construídas com resíduos não-reprocessados (Earthship), reuso de materiais de origem urbana, tais como garrafas PET, latas, cones de papel acartonado, etc. Comum em áreas urbanas ou em locais com despejo descontrolado de resíduos sólidos, principalmente onde a comunidade deve improvisar soluções para prover a si mesma a habitação. É também um modelo criativo de Autoconstrução, que ocorre muito nas periferias dos centros urbanos ou junto a profissionais com espírito criativo.
- Construídas com materiais de reuso (demolição ou segunda mão). Esse tipo de construção incorpora produtos convencionais e prolonga sua vida útil, e requer pesquisa de locais para compra de materiais, o que reduz seu alcance e reprodutibilidade. Este sistema construtivo emprega, em geral, materiais convencionais fora de mercado. É um híbrido entre os métodos de Autoconstrução e a construção com materiais fabricados em escala, sendo que estes não são sustentáveis em sua produção.

- Construção alternativa. Utiliza materiais convencionais, encontrados no mercado, conferindo-lhes funções diferentes das originais. É um dos modelos principais no seio das comunidades carentes. Exemplo: aquecedor solar que utiliza peças de forro de PVC como painel para aquecimento de água e caixa dágua comum como boiler. Sistema de Autoconstrução que se assemelha muito ao Earthship.

- Construções naturais. Faz uso de materiais naturais disponíveis no local da obra ou adjacências (terra, madeira, bambu, etc.), utilizando tecnologias sustentáveis de baixo custo e dispêndio energético. Exs.: tratamento de efluentes por plantas aquáticas, energia eólica por moinho de vento, bombeamento de água por carneiro hidráulico, blocos de adobe ou terra-palha, design solar passivo. Método construtivo adequado principalmente para áreas rurais ou quando se dispõe de áreas que permitam boa integração com elemento vegetal, nas quais haja pouca dependência das habitações vizinhas e dos fornecimentos (água, luz, esgoto) pelo Poder Público. Sistema que se insere nos princípios da Autoconstrução (caso da Permacultura).

* Márcio Augusto Araújo é consultor do IDHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica,idhea@idhea.com.br.
** Artigo originalmente publicado no site: www.idhea.com.br

Construções Sustentável I

A moderna Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove intervenções sobre o meio ambiente, adaptando-o para suas necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras.
A Construção Sustentável faz uso de ecomateriais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a economia de recursos finitos (água e energia elétrica), a redução da poluição e a melhoria da qualidade do ar no ambiente interno e o conforto de seus moradores e usuários. Esse tipo de construção nunca é intuitiva. Mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais (por ex. paredes de adobe ou taipa de pilão), o faz conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra, e não apenas uma construção.
Trata-se de um modelo diferente da Construção Ecológica ou Natural, que, grosso modo, pode ser definida como aquela que permite a integração entre homem e natureza, com um mínimo de alteração e impactos sobre o meio ambiente. A construção ecológica, à maneira das habitações de outros seres vivos (castores, abelhas, formigas), usa recursos naturais locais de maneira integrada ao meio e, quase sempre, instintiva e intuitivamente. É o caso das habitações indígenas, das construções de terra pré-islâmicas nos países árabes e dos iglús, dos esquimós. Esse tipo de habitação ?que ainda responde por mais da metade das habitações no planeta- é praticamente impraticável nos modernos centros urbanos, onde a heterogeneidade de povos e culturas e o estilo de vida e produção exigem materiais oriundos de lugares distantes e uma construção civil executada por profissionais da área.
Como denominador comum, construção sustentável e ecológica têm o fato de gerarem habitações que preservem o meio ambiente e de buscarem soluções locais para problemas por elas mesmas criados. A Construção Sustentável difere da Ecológica por ser produto da moderna sociedade tecnológica, utilizando - ou não - materiais naturais e produtos provenientes da reciclagem de resíduos gerados pelo seu próprio modo de vida.
A obra sustentável
A sustentabilidade de uma obra moderna é avaliada pela sua capacidade de responder de forma positiva aos desafios ambientais de sua sociedade, sendo ela mesma um modelo de solução. A Casa Sustentável deve(ria): a) usar recursos naturais passivos e de design para promover conforto e integração na habitação; b) usar materiais que não comprometam o meio ambiente e a saúde de seus ocupantes e que contribuam para tornar seu estilo de vida cotidiano mais sustentável (por exemplo, o usuário de embalagens descartáveis deveria usar produtos reciclados a partir dos materiais que, em algum momento, ele mesmo usou); c) resolver ou atenuar os problemas e necessidades gerados pela sua implantação (consumo de água e energia); d) prover saúde e bem-estar aos seus ocupantes e moradores e preservar ou melhorar o meio ambiente.
Todos esses desafios teriam de ser considerados em todo o ciclo de vida da habitação, sendo esta pensada como uma obra aberta: sempre passível de ampliação e melhoramentos.

Casa Saudável
Não há casa sustentável sem ser saudável. A finalidade de uma construção sustentável não é apenas preservar o meio ambiente, mas também ser menos invasiva aos seus moradores. Ela não pode ser geradora de doenças, caso de prédios que geram a Síndrome do Edifício Doente (SEE*). A Casa Sustentável deve funcionar como uma segunda ou terceira pele do próprio morador, porque ela é sua extensão, como ensina o geobiólogo espanhol Mariano Bueno. Ela é seu ecossistema particular, e, assim como no planeta Terra, todas as interações devem ocorrer reproduzindo ao máximo as condições naturais: umidade relativa do ar, temperatura, alimento, geração de resíduos e sua transformação, conforto, sensação de segurança e bem-estar, etc.
Escolha dos materiais
A escolha dos materiais na Construção Sustentável deveria, em princípio, obedecer a critérios de preservação, recuperação e responsabilidade ambiental. Isso significa que, ao se iniciar uma construção, é importante considerar os tipos de materiais que estão de acordo com o local (como sua geografia, ecossistema, história, etc.) e que podem contribuir para conservar e melhorar o (meio) ambiente onde será inserida. Materiais que guardam relação direta com o estilo de vida do local e do usuário devem ser avaliados. Por exemplo, se o morador reside e trabalha em uma área urbana, possivelmente comprará alimentos envolvidos por embalagens plásticas descartáveis; é muito provável também que utilize um automóvel para se deslocar da casa para o escritório e vice-versa.

Assim sendo, nada mais justo que este mesmo usuário/consumidor/cliente opte, conscientemente, pelo uso de um produto resultante de um resíduo gerado para atender às suas necessidades -no caso, as embalagens descartadas poderiam retornar no formato de telhas e a areia de fundição usada para manufaturar os moldes que deram origem às peças de seu automóvel ganha uma nova etapa de seu ciclo de vida, como blocos de concreto reciclados.

Deve-se lembrar que toda Construção Sustentável é saudável. Esse tipo de obra caracteriza-se pelo uso de materiais e tecnologias biocompatíveis, que melhoram a condição de vida do morador ou, no mínimo, não agridem o meio ambiente em seu processo de obtenção e fabricação, nem durante a aplicação e em sua vida útil. Que produtos convencionais estariam fora dessa lista? Por exemplo, todos aqueles que emitem gases voláteis (os famosos COVs - compostos orgânicos voláteis), como tintas, solventes, resinas, vernizes, colas, carpetes sintéticos e de madeira. Em seu lugar, a solução mais simples e de mercado é buscar sempre produtos à base de água ou 100% sólidos (isto é, que em contato com o oxigênio não emitem gases ou odores).
É importante evitar também materiais que reconhecidamente estão envolvidos com graves problemas ambientais, e sobre os quais hoje há consenso entre todas as entidades sérias que trabalham com Construção Sustentável e Bioconstrução no mundo, caso do PVC (policloreto de vinil) e o alumínio. Outros produtos, considerados aceitáveis na ausência de outras opções, devem ser usados de maneira bastante criteriosa principalmente no interior de casa, como compensados e OSBs (colados com cola à base de formaldeído). O mesmo vale para madeiras de reflorestamento tratadas por autoclave (sistema CCA, CCB ou CCC), as quais são imunizadas com um veneno à base de arsênico e cromo - este tipo de madeira, segundo a EPA norte-americana e os próprios fabricantes daquele país, já não pode mais ser usada em áreas públicas desde 30 de dezembro de 2003.

As empresas, os governos e as ONGs não são as únicas responsáveis pelos materiais de construção e pelo estado atual do meio ambiente. O consumidor, ao optar por um produto A, B ou C, é também co-responsável por todo o processo, já que é para ele que se destinam todos os produtos e, por extensão, as construções. Ele é o "target" do mercado e, com uma nova consciência, pode ajudar a alterar as regras do mercado.


Fonte: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=6219

quarta-feira, 10 de março de 2010

“Três erres” e mais alguns

“Até quando a Terra finita agüentará essa exploração infinita de seus recursos”?



Quem nunca ouviu falar dos famosos “três erres”, ao nos referirmos ao meio ambiente? O reduzir, reaproveitar e reciclar são propostas de atitudes referentes ao nosso modo de consumo, muitas vezes insustentável – ou você acha que precisamos de todas as sacolinhas que embalam nossas compras (se é que precisamos, de fato, de tudo o que compramos) e de usar toda a quantidade de copos descartáveis utilizados em festas e até mesmo em nosso trabalho?

Entretanto, pelo menos outros dois erres poderiam ser adicionados a esses três:

refletir – será que é realmente necessário eu adquirir tal coisa? Será que se eu optasse pelo sabão ao detergente, não agrediria menos nossos rios? E se eu separar o lixo da minha casa e encaminhar a catadores ou cooperativas? Será que se eu levar este produto de 1kg, ao invés de um de 500g, além de pagar menos, não estarei economizando embalagem, lixo?

reduzir – você sabia que a maior parte de lixo produzido mundialmente é o lixo orgânico, ao passo que pessoas morrem diariamente pela falta de alimentos? Será que você realmente irá comer tudo aquilo que colocou em seu prato? E será que esse produto que está levando para casa não vencerá antes de ser consumido? É necessário mesmo ir de carro até o mercadinho do bairro? E aquelas luzes acesas? E o DVD no standby? E o computador ligado, enquanto assiste TV na sala?

recusar – é realmente necessário aceitar sacolas plásticas, sempre? Mesmo quando vai a uma locadora, é realmente necessário levar o vídeo em uma sacola? E quando adquire um remédio? Realmente interessa a você adquirir um apartamento neste momento, para aceitar que lhe entreguem a propaganda do mesmo? Você realmente precisa aceitar um panfleto daquela senhora que lê mãos e “faz arramação para o amor”?

reutilizar – é necessário usar um copo diferente cada vez que for tomar seu refrigerante ou sua água...? E aquela papelada que imprimiu errado, não poderia usar o outro lado da folha para rascunho, anotações...? E aquela roupa que nem lhe serve mais, não poderia ser útil a alguém? E a água que usou para fazer verduras, não poderia ser aproveitada no cozimento do arroz, até porque muitas propriedades nutricionais estão ali, na água do cozimento?
Feiras de troca são uma boa alternativa no que se diz respeito à reutilização.

reciclar – viu só onde está o reciclar? É a última alternativa dessas etapas, até porque este processo também gera poluição, uma vez que utiliza energia, insumos químicos, água, etc, além do fato de que o próprio material reciclado tem um “período de vida”: o mesmo papel, por exemplo, pode ser reciclado aproximadamente 8 vezes, já que a cada nova reciclagem as fibras de celulose se degradam mais.

Nosso país é campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio e recicla cerca de 37% do papel que produz mas, infelizmente, este título é proveniente das péssimas condições de vida que alguns brasileiros vivem, tendo a reciclagem como fonte de renda.
Separar o lixo em nossas casas é uma forma, inclusive, de refletirmos acerca do quanto consumimos diariamente, do tanto de lixo que produzimos. Se apenas separarmos os materiais recicláveis dos não-recicláveis, tomando o cuidado para não amassar os papéis separados e lavar as embalagens, já será uma forma de ajudar essas pessoas e contribuir para um melhor encaminhamento deste lixo remanescente (lembre-se que a reciclagem deve, ou pelo menos deveria, ser a última alternativa).

Encerro com uma frase de Leonardo Boff para reflexão:
“O consumo é crescente e nervoso, sem sabermos até quando a Terra finita agüentará essa exploração infinita de seus recursos.”

PS: no intervalo de tempo utilizado para escrever este texto, foram emitidas 60.753,42 toneladas de CO2 no mundo.

Fonte: Equipe Brasil Escola

sexta-feira, 5 de março de 2010

Em 6 anos, caatinga tem desmatada área equivalente a quase 3 vezes o DF

O desmatamento na Caatinga entre 2002 e 2008 foi de 16576 quilometros quadrados, o equivalente a quase três vezes a área do distrito Federal, segundo divulgou nesta terça feira (02/03/10), o Ministério do Meio Ambiente. O total desmatado da Caatingasaltou de 43,38% para 45,39% nessse período.
A taxa média de desmatamento nos seis anos foi de 2.763 km², o que eqauqvale às áreas dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro somadas. "Os números são assustadores. É muito. Isso tem de ser reduzido", diaz o minstro de Meio Ambiente, Carlos Minc.
De acordo com os dados do monitoramento divulgado pelo MMA, a principal causa da destruição da Caatinga deve-se à extração da mata nativa para produção de lenha e carvão vegetal destinados principalmente aos pólos gesseiro e cerâmico do Nordeste e ao setor siderúrgico de Minas Gerais e do Espírito Santo. Outros fatores apontados foram as áreas criadas para biocombustível e pecuária bovina. O uso do carvão em indústria de pequeno e médio porte e em residências também aparecem entre as causas da devastação.
Municípios
Da lista de dez municípios brasileiros que mais desmataram a Caatinga nesses seia anos, quatro estão no Ceará (Acopiara, Tauá, Boa Viagem e Crateús), quatro na Bahia (Bom Jesus da Lapa, Campo Formoso, Tucano e Mucugê) e dois em Pernambuco (Serra Talhada e são José de Belomontet). Segundo o ministério, a emissão média anual de dióxido de carbono (CO²) durante esse período, devido ao desmataneto da Caatinga, foi de 25 milhões de toneladas.
Minc destacou que o desmatamento da Caatinga é pulverizado, o que significa que não se concentra em uma determinada área, o que torna mais difícil combatê-lo. Entre as rpincipais causas do desmataneto da Caatinga, estão o uso da mata nativa para lenha e carvão e o avanço de pólos agrícolas e pecuário.

Fonte:www.globo.com.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Construções alternativas

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

'Dez mandamentos' reduzem lixo eletrônico

Usuários de tecnologia têm responsabilidade sobre os produtos descartados. Confira dicas e veja o que você pode fazer para contribuir com o ambiente.


Pilha de teclados e mouses descartados na China (Foto: Divulgação/Greenpeace)



A popularização de produtos tecnológicos criou um problema que tende a se agravar ainda mais nos próximos anos: a questão do lixo eletrônico. Segundo a organização não-governamental Greenpeace, a cada ano os eletrônicos descartados somam até 50 milhões de toneladas de lixo -- “se a quantidade gerada anualmente fosse colocada em containers de um trem, seus vagões carregados dariam uma volta ao redor do mundo”, compara a ONG ambientalista.
Por isso, a preocupação dos consumidores de tecnologia não deve se restringir apenas à aquisição de novos produtos ( confira os dez mandamentos do usuário consciente ). “O usuário deve perceber que tem responsabilidade pelo resíduo que geral. Se não assumirmos essas responsabilidades agora, vamos transferi-las para as gerações futuras, que terão de remediar solos e lençóis freáticos contaminados, provavelmente a custos muito maiores do que aqueles necessários para evitar o problema”, afirmou ao G1 Denise Imbroisi, professora do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB) e especialista no assunto.
Quando são jogados no lixo comum, as substâncias químicas presentes nos eletrônicos penetram no solo, podendo entrar em contato com lençóis freáticos – se isso acontece, substâncias como mercúrio, cádmio, arsênio, cobre, chumbo e alumínio contaminam plantas e animais por meio da água. Com isso, é possível que a ingestão dos alimentos contaminados intoxique os humanos. “As conseqüências vão desde simples dor de cabeça e vômito até complicações mais sérias, como comprometimento do sistema nervoso e surgimento de cânceres”, explica Antônio Guaritá, químico do Laboratório de Química Analítica Ambiental da Universidade de Brasília (UnB).

Mudança de hábito

Homem inspeciona centro para eletrônicos descartados em Yangmei, norte de Taiwan (AFP) 

Para evitar problemas desse tipo, é necessário que os consumidores mudem seus hábitos na hora de comprar e descartar eletrônicos. “Hoje existe um apelo muito grande para que os usuários comprem sempre novos produtos. Mas o aumento do consumo tem impacto direto no aumento do lixo eletrônico”, disse Zilda Veloso, coordenadora geral de gestão da qualidade ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Por isso, a especialista defende que os usuários prolonguem ao máximo a vida útil de seus produtos. Na hora de descartá-los, os eletrônicos devem ser doados (caso ainda funcionem) ou disponibilizados em postos de coleta, para que tenham a destinação adequada.
A Nokia, por exemplo, coleta baterias em suas assistências técnicas autorizadas. A fabricante, que obteve recentemente a melhor classificação no “Guia de Eletrônicos Verdes”, do Greenpeace, mantém esse programa há sete anos. Há dois anos, a empresa também passou a reciclar aparelhos encaminhados pelos consumidores – no total, já foram recicladas 32 toneladas de baterias e 25 toneladas de aparelhos, segundo a companhia.
Com base nas dicas de especialistas, o G1 elaborou um guia para os usuários de tecnologia contribuírem com a redução do lixo eletrônico. Confira.




1) Pesquise

É importante descobrir se o fabricante tem preocupações com o ambiente e se recolherá as peças usadas para reciclagem, depois que o aparelho perder sua utilidade. Esta lista do Greenpeace classifica as companhias, de acordo com iniciativas ligadas ao ambiente.

2) Prolongue

Você não precisa trocar de celular todos os anos ou comprar um computador com essa mesma freqüência. Quanto mais eletrônicos adquirir, maior será a quantidade de lixo eletrônico. Por isso, cuide bem de seus produtos e aprenda a evitar os constantes apelos de troca.

3) Doe

Caso seja realmente necessário comprar um novo eletrônico quando o seu ainda estiver funcionando, doe para alguém que vá usá-lo. Dessa forma, ainda é possível prolongar a vida útil do aparelho e a pessoa que recebê-lo não precisará comprar um novo.

4) Recicle

Os grandes fabricantes de eletrônicos oferecem programas de reciclagem. Antes de jogar aquele monitor estragado no lixo, entre em contato com a empresa (via internet ou central de atendimento telefônico) e pergunte onde as peças são coletadas. Muitas assistências também coletam esse material.

5) Substitua

Procure sempre fazer mais com menos. Produtos que agregam várias funções, como uma multifuncional, consomem menos energia do que cada aparelho usado separadamente. Também vale minimizar o uso de recursos ligados ao ambiente: para que imprimir, se dá para ler na tela?

6) Informe-se

O usuário de tecnologia deve ser adepto ao consumo responsável, sabendo as conseqüências que seus bens causam ao ambiente. Por isso, é importante estar atento ao assunto - somente assim será possível eliminar hábitos ruins e tomar atitudes que minimizem o impacto do lixo eletrônico.

7) Opte pelo original

As empresas que falsificam produtos não seguem políticas de preservação do ambiente ou se responsabilizam pelas peças comercializadas, depois que sua vida útil chega ao fim. Por isso, é sempre importante comprar eletrônicos originais.

8) Pague

Os produtos dos fabricantes que oferecem programas de preservação ambiental podem ser mais caros -- isso porque parte dos gastos com essas iniciativas pode ser repassada para o consumidor. A diferença de preço não chega a níveis absurdos e por isso, vale a pena optar pela alternativa “verde”.

9) Economize energia

Na hora de comprar um eletrônico, opte pelo produto que consome menos energia. Além disso, o consumidor consciente deve usar fontes de energia limpa (como a solar) sempre que possível.

10) Mobilize

É importante passar informações sobre lixo eletrônico para frente, pois muitos usuários de tecnologia não se dão conta do tamanho do problema. Divulgue, mas evite aqueles discursos inflados e catastróficos dos “ecochatos”, que não são nada populares.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL87082-6174,00-DEZ+MANDAMENTOS+REDUZEM+LIXO+ELETRONICO.html

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Projeto Meio Ambiente



Como fazer uma horta com garrafas pet


Material necessário

3 garrafas PET vazias
3 suportes para floreira
1,2 quilos de terra
800 gramas de adubo
1 quilo de areia
Sementes de salsinha e cebolinha
Água
Estilete
Tesoura
12 parafusos com bucha
Pá e rastelo

Como fazer

1. Corte as garrafasCom o estilete, faça uma abertura de 13 por 20 centímetrosnas três garrafas. Duas delas, que servirão de jardineiras, devem ser furadas na parte de baixo para que a água escorra (foto). A terceira garrafa terá a função de armazenar a água excedente da rega.

Cortando a garrafa PET

2. Prepare a terraMisture três partes de terra com duas de esterco de gado bem curtido, que não tem cheiro como o de galinha. Coloque a terra em duas garrafas, plante as sementes e regue.


3. Evite a água paradaColoque areia na terceira garrafa, que funcionará como prato. Assim, você impede que surjam na água focos de mosquito da dengue.

4. Pendure a hortaEscolha uma parede em que bata bastante sol e fixe os suportes, deixando 20 centímetros de espaço entre um e outro. Pendure as jardineiras a uma altura que permita às crianças ver as plantas.

faca_5.jpg

Outra opção
Se você preferir, pode montar sua hortinha utilizando outros modelos de suporte.
No mercado existem vários tipos. Outra opção é pendurar as garrafas com cordas finas, que são mais baratas. Para deixar os vasos ainda mais bonitos, pinte-os com tinta acrílica, como o da foto ao lado.

Outra dica interessante da Gilda Lima, lá do Multiply, é que se pode plantar pimentões, a partir das sementes que descascamos! Eu aqui, planto tomates e vou tentar plantar nesses vasinhos estilosos também! Abriu a geladeira e o tempero acabou ou está murcho? Não tem problema, vamos pegar lá na horta da varanda!

Fonte: http://novaescola.abril.com.br

Educação Ambiental na Educação Infantil: redução, reutilização e reciclagem


"O futuro não é algo que simplesmente acontece por si mesmo. Estamos criando o amanhã neste mesmo momento. Hoje em dia muitas pessoas sentem-se como meros espectadores dos fatos globais. Mas devemos aprender que todos nós somos atores e que estamos modelando nosso futuro agora mesmo". Jostein Gaarder
O PROBLEMA
A população da Terra é, atualmente, avaliada em cerca de 5,4 bilhões de pessoas e estima-se que atinja os 8,5 bilhões, até 2025. O mundo cresce à razão de 90 milhões de pessoas - o equivalente a um novo país do tamanho do México - a cada ano. De acordo com projeções, a população mundial poderá vir a se estabilizar em 11 bilhões de pessoas, por volta de 2100. (Secretaria do meio ambiente, 1998) O consumo mundial de água cresceu seis vezes, entre 1900 e 1995, o que representa mais do que o dobro do crescimento populacional no período.
O dado preocupante é verificar que 97,5% do volume total de água na Terra são de água salgada, formando os oceanos, e somente 2,5% são de água doce. E para piorar o quadro de escassez, a maior parte dessa água doce (68,7%) está armazenada nas calotas polares e geleiras, que ao descongelarem, como vem acontecendo nos últimos anos, em sua maioria se mistura à água salgada dos mares, não servindo então para consumo humano e do meio ambiente. A forma de armazenamento mais acessível ao uso humano e de ecossistemas é a água doce contida em lagos e rios, o que corresponde a apenas 0,27% do volume de água doce da Terra e cerca de 0,07% do volume total de água (SETTI et al, 2002).
Quase a metade das fontes de recursos hídricos - precipitação (chuvas), escoamento (rios) e fluxo de águas subterrâneas, que é recarregado através da umidade do solo -se encontra na América do Sul, e desses, mais da metade está no Brasil, daí a importância da nossa participação enquanto seres humanos e cidadãos responsáveis.
O Brasil faz parte do maior aqüífero, reservatório de água doce, do mundo. Chamado atualmente de Sistema Aqüífero Guarani, acumula um volume de água estimado em 45 mil quilômetros cúbicos. A extensão de tal aqüífero é da ordem de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, sendo 840 mil km2 no Brasil (70%), 225 mil km2 na Argentina (19%), 71 mil km2 no Paraguai (6%) e 58 mil km2 no Uruguai (5%). Além da dimensão gigantesca, contém águas que podem ser consumidas sem necessidade de tratamento prévio, devido aos mecanismos de filtração e autodepuração biogeoquímica que ocorrem no solo, (Guardia, 2002).
Porém, a utilização indiscriminada da água tem provocado o esgotamento das reservas superficiais, com a conseqüente exploração dos aqüíferos subterrâneos. O homem tem consumido mais do que a natureza consegue repor e piora ainda mais a situação quando polui com seu lixo o pouco que não consome.
CONSCIENTIZAÇÃO DO PROBLEMA
Além da população da Terra crescer descontroladamente, seu crescimento urbano é desordenado trazendo problemas ambientais a nível global como a alta produção de lixo nas cidades, aumentando a exposição inadequada dos seres humanos e do meio ambiente a produtos tóxicos. Esta questão sobre o crescimento das toneladas diárias de lixo produzidas pelos seres humanos está se tornando emergencial e as soluções precisam sair do campo teórico governamental para serem urgentemente aplicadas com a participação de cada comunidade consciente de sua responsabilidade.
Paralelo aos esforços demandados a nível governamental para a cura da Terra, um dos mais consistentes caminhos para buscar a solução quanto ao lixo produzido pelo consumo humano, é a educação da população quanto à conscientização ambiental no momento da compra dos produtos a serem consumidos e também a conscientização da responsabilidade de redução, reutilização e reciclagem do lixo resultante deste mesmo consumo.
Dar preferência por produtos orgânicos, biodegradáveis ou produzidos por empresas consideradas responsáveis e amigas do meio ambiente demonstra a responsabilidade do cidadão sobre os resultados de suas ações no mundo.
As escolas através da educação ambiental, as associações de moradores oferecendo sua competência para mobilização da comunidade e, o apoio financeiro ou a capacidade de arrecadação das organizações não governamentais, muito poderão contribuir para multiplicarmos os processos que diminuem, e muitas vezes até conseguem eliminar, os danos causados pelo lixo humano à natureza.
O primeiro passo é fazer com que cada ser humano conheça o meio ambiente em que vive e crie vínculos emocionalmente positivos com a sobrevivência da Terra, pois somente assim ele passará a se preocupar com o destino do lixo produzido por ele, assumindo a responsabilidade pela redução, reutilização e reciclagem de seu próprio lixo, de sua residência, seu local de trabalho, estudo ou lazer. Mesmo que isto signifique, em primeiro momento, um maior investimento financeiro, de tempo ou de trabalho.
Objetivo dos educadores brasileiros deve ser o de transmutar as energias da relação Homem-Meio Ambiente, de puro poder consumista para a energia construtiva da sustentabilidade, da preservação e do crescimento conjunto, permitindo que a relação entre os seres humanos e a natureza deixe de ser conflituosa e possibilite escolhas que preservem e valorizem a vida.
 Tanto a família como a escola tem a responsabilidade hoje de participar da construção destes valores básicos da consciência cidadã da criança, para que ela no futuro tenha hábitos éticos, sadios e responsáveis quanto à preservação e desenvolvimento sustentável da Terra. O melhor caminho a trilhar por nossa geração é FAZER DO LAR UM EXEMPLO E DA ESCOLA UM CENTRO DE MUDANÇA DE VALORES, HÁBITOS E ATITUDES através da educação ambiental como conceito transversal aos diálogos familiares e a todas as disciplinas escolares.
O CAMINHO A SEGUIR
Após alcançarmos a conscientização do problema, nos tornarmos responsáveis na hora do consumo, tomarmos a decisão de reutilizar, reduzir e reciclar o nosso lixo e, nos mobilizarmos junto à comunidade para realizar as ações demandadas, o próximo passo é responder a perguntaO QUE FAZER COM O LIXO? Primeiramente temos que REDUZIR dentro do possível e viável, a necessidade consumista do homem moderno e depois REUTILIZAR e RECICLAR o seu lixo!
A reutilização do lixo é realizada de diferentes formas, por exemplo, a utilização dos sacos plásticos de supermercado como saquinhos de lixo em casa. Também os artistas plásticos e as escolas contribuem imensamente para a construção de brinquedos, peças de decoração e artes diversas com embalagens descartáveis.
A reciclagem é outra forma importante de gerenciamento de resíduos, pois transforma o lixo em insumos, com diversas vantagens ambientais. Dentre elas a economia dos recursos naturais e o bem estar da comunidade.
Para a realização da reciclagem e reutilização do lixo é necessária a separação dos diferentes lixos desde sua “produção”, ou seja, desde a lixeira de casa/trabalho precisa-se separar o lixo “sujo e molhado”, o chamado lixo orgânico, do lixo seco e limpo, ou seja, dos plásticos, papéis e metais. Além da separação de outros lixos específicos como os vidros e os óleos de cozinha.
Uma das ações bem organizadas hoje é a Coleta seletiva, porém para que seja realmente válido o esforço da comunidade, devemos buscar parceria com as autoridades locais para a reciclagem de todo o lixo produzido e previamente separado. A coleta dos lixos reutilizáveis e recicláveis deve ser realizada em caminhões próprios e, direcionadas para lugares diferentes do lixão orgânico, o que exige uma logística própria do serviço público concessionário.
O trabalho de reciclagem de alguns tipos de lixo está bem estruturado no Brasil com apoio de Ongs e empresas privadas no treinamento e capacitação de associações de coleta. Hoje já somos líderes mundiais no processo de reciclagem do papelão e das latinhas de alumínio, porém ainda faltam pesquisas e incentivos financeiros para o trabalho com outros resíduos do lixo. Também devemos nos preocupar em melhorar a divulgação dos resultados das pesquisas já realizadas e como as comunidades podem e devem fazer quanto as diferentes “partes” de seu lixo.
Por exemplo, a reciclagem completa das caixinhas tetraplak está em estudo, pois ainda não se consegue separar as quatro folhas de diferentes produtos que a formam, o plástico, o alumínio e dois tipos de papelão, por isso acabam algumas das partes sendo reciclada e outras indo diretamente para o lixão. Já existem pesquisas avançadas aqui mesmo no Brasil, mas não está em escala industrial a produção deste maquinário.
Outro “lixo” produzido pelo homem que deve nos preocupar por ser de difícil degradação no meio ambiente, são as gorduras, como azeite, óleo, banha, que não se dissolvem e nem se misturam à água, formando uma camada na superfície que impede a oxigenação, se tornando um problema para rios, lagos e aqüíferos, além da vedação dos estômatos das plantas e órgãos respiratórios dos animais, a impermeabilização das raízes de plantas e a sua ação tóxica para os seres aquáticos. Um restaurante com duas fritadeiras troca o óleo, em média, a cada 15 dias, gerando mensalmente cerca de 100 litros de óleo saturado e despejam o óleo de forma alternativa na pia ou no vaso sanitário. As gorduras também interferem negativamente no tratamento de esgotos, sendo comum o entupimento de tubulações, acabando por forçá-los a se infiltrarem no solo, contaminando o lençol freático, ou atingindo a superfície. Para retirar o óleo e desentupir as tubulações, o homem utiliza produtos químicos altamente tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa. Além de causar danos irreparáveis ao meio ambiente, constitui uma prática ilegal punível por lei.
Hoje, existem empresas que reutilizam estes óleos de cozinha como matéria prima para a produção de sabão e outros materiais de limpeza, porém ainda não em quantidade suficiente capaz de coletar o volume total de óleos saturados produzidos nas grandes cidades brasileiras.
Descobrimos então as vantagens da redução, reciclagem e reutilização das diferentes partes do lixo produzido pelos homens, para o meio ambiente e para a sobrevivência mais saudável do homem na Terra e, principalmente percebemos os primeiros passos.
UM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM EDUCAÇÃO INFANTIL

OBJETIVOS  GERAIS

 o Preservar o meio ambiente, aumentando o ciclo de vida do nosso habitat;
 o Melhorar a eficiência das Estações de Tratamento de Esgoto das grandes cidades;
 o Promover a educação ambiental nas escolas e comunidades.

OBJETIVOS  ESPECÍFICOS

o Conscientizar e motivar os empresários da comunidade inclusa no projeto, a se envolverem maciçamente na separação das diferentes partes de seu lixo;
o Promover a criação e desenvolvimento de novas empresas e associações de coleta, reciclagem e reutilização das diferentes partes do lixo produzido pela comunidade em questão;
o Envolver as escolas na conscientização das crianças, pais e educadores quanto à importância da atenção na hora da compra para incentivar as empresas conscientes e responsáveis, e seu papel fiscalizador e multiplicador em casa e em todos os locais que freqüenta para a separação do lixo produzido;
o Valorizar todos os profissionais, organizações, associações e empresas participantes através da divulgação de seu envolvimento no projeto.
METODOLOGIA A SER EMPREGADA
Para que o projeto se desenvolva com tranqüilidade e competência alcançando seus objetivos, deve-se prever a contratação de um profissional ou estagiário de engenharia sanitária e ambiental ou, um professor de educação ambiental, para assumir a coordenação das ações externas à escola previstas no projeto.
O primeiro passo para a implantação do projeto de EA nas escolas de educação infantil deverá ser a realização de parcerias com empresas privadas e públicas, visando estruturar a coleta e o direcionamento para empresas de reciclagem, das diferentes partes do lixo a serem separados pelas crianças. (Caso uma escola queira iniciar o projeto em âmbito interno sem estar associada ao projeto maior da comunidade, deve selecionar previamente empresas que realizam estas etapas de coleta e reciclagem).
Escolhida a escola multiplicadora das ações de educação ambiental na comunidade, iniciaremos o trabalho junto a estas crianças de conscientização da problemática do excesso de lixo produzido pelo homem, como segue:
 1. As crianças tomarão consciência do real tamanho do problema visualizando a absurda quantidade de lixo que sua cidade produz, a partir da visita pedagógica ao lixão e outra visita a Companhia de água e esgoto de sua cidade.

2. Discute-se e apresentam-se as diferentes partes do lixo produzido na cidade através de diferentes atividades pedagógicas. O que tem no seu lixo em casa? O que a sua família joga no lixo depois do almoço, jantar e do lanche? E a faxineira da escola, o que ela joga no lixo após a faxina, vamos descobrir?
3. A professora recorta figuras de todos as "partes do lixo" encontradas na escola e na casa das crianças e, em sala de aula realiza uma atividade com a turma de separação de todos estas partes em grupos diferentes... Plástico, papel, metal, óleo, orgânico.
4. Tentar descobrir com as crianças o que fazer com cada “grupo de lixo separado”. Apresentar produtos reciclados e Montar uma exposição com eles.
5. Passeio pedagógico a empresas de reciclagem de lixo, podendo ser qualquer uma que trabalhe com papelão, alumínio, óleo ou plástico.
6. Montando NOSSA SEPARAÇÃO DO LIXO, criação de latas de lixo de coleta seletiva na escola, apresentando que cada cor de lata recebe um tipo de lixo.
Autora: Patricia de Sá Freire