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quarta-feira, 10 de março de 2010

“Três erres” e mais alguns

“Até quando a Terra finita agüentará essa exploração infinita de seus recursos”?



Quem nunca ouviu falar dos famosos “três erres”, ao nos referirmos ao meio ambiente? O reduzir, reaproveitar e reciclar são propostas de atitudes referentes ao nosso modo de consumo, muitas vezes insustentável – ou você acha que precisamos de todas as sacolinhas que embalam nossas compras (se é que precisamos, de fato, de tudo o que compramos) e de usar toda a quantidade de copos descartáveis utilizados em festas e até mesmo em nosso trabalho?

Entretanto, pelo menos outros dois erres poderiam ser adicionados a esses três:

refletir – será que é realmente necessário eu adquirir tal coisa? Será que se eu optasse pelo sabão ao detergente, não agrediria menos nossos rios? E se eu separar o lixo da minha casa e encaminhar a catadores ou cooperativas? Será que se eu levar este produto de 1kg, ao invés de um de 500g, além de pagar menos, não estarei economizando embalagem, lixo?

reduzir – você sabia que a maior parte de lixo produzido mundialmente é o lixo orgânico, ao passo que pessoas morrem diariamente pela falta de alimentos? Será que você realmente irá comer tudo aquilo que colocou em seu prato? E será que esse produto que está levando para casa não vencerá antes de ser consumido? É necessário mesmo ir de carro até o mercadinho do bairro? E aquelas luzes acesas? E o DVD no standby? E o computador ligado, enquanto assiste TV na sala?

recusar – é realmente necessário aceitar sacolas plásticas, sempre? Mesmo quando vai a uma locadora, é realmente necessário levar o vídeo em uma sacola? E quando adquire um remédio? Realmente interessa a você adquirir um apartamento neste momento, para aceitar que lhe entreguem a propaganda do mesmo? Você realmente precisa aceitar um panfleto daquela senhora que lê mãos e “faz arramação para o amor”?

reutilizar – é necessário usar um copo diferente cada vez que for tomar seu refrigerante ou sua água...? E aquela papelada que imprimiu errado, não poderia usar o outro lado da folha para rascunho, anotações...? E aquela roupa que nem lhe serve mais, não poderia ser útil a alguém? E a água que usou para fazer verduras, não poderia ser aproveitada no cozimento do arroz, até porque muitas propriedades nutricionais estão ali, na água do cozimento?
Feiras de troca são uma boa alternativa no que se diz respeito à reutilização.

reciclar – viu só onde está o reciclar? É a última alternativa dessas etapas, até porque este processo também gera poluição, uma vez que utiliza energia, insumos químicos, água, etc, além do fato de que o próprio material reciclado tem um “período de vida”: o mesmo papel, por exemplo, pode ser reciclado aproximadamente 8 vezes, já que a cada nova reciclagem as fibras de celulose se degradam mais.

Nosso país é campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio e recicla cerca de 37% do papel que produz mas, infelizmente, este título é proveniente das péssimas condições de vida que alguns brasileiros vivem, tendo a reciclagem como fonte de renda.
Separar o lixo em nossas casas é uma forma, inclusive, de refletirmos acerca do quanto consumimos diariamente, do tanto de lixo que produzimos. Se apenas separarmos os materiais recicláveis dos não-recicláveis, tomando o cuidado para não amassar os papéis separados e lavar as embalagens, já será uma forma de ajudar essas pessoas e contribuir para um melhor encaminhamento deste lixo remanescente (lembre-se que a reciclagem deve, ou pelo menos deveria, ser a última alternativa).

Encerro com uma frase de Leonardo Boff para reflexão:
“O consumo é crescente e nervoso, sem sabermos até quando a Terra finita agüentará essa exploração infinita de seus recursos.”

PS: no intervalo de tempo utilizado para escrever este texto, foram emitidas 60.753,42 toneladas de CO2 no mundo.

Fonte: Equipe Brasil Escola

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